Setembro amarelo - Vidas importam
- Camilla Fiorito
- 1 de set. de 2023
- 1 min de leitura

O ano era 1994, eu tinha 13 anos.
Na época, estudava na antiga 7ª série. Éramos adolescentes cheios de sonhos, tendo os estudos como a única preocupação, pois era isso que todos nós escutávamos.
Ledo engano. Adolescentes têm preocupações internas que muitos jamais conseguirão acessar. Um turbilhão de sentimentos, com hormônios à flor da pele, em um misto de incertezas.
Em um dia de novembro daquele ano, eu não tinha ido à escola. Pela manhã, escutei o interfone tocar. Só ouvi minha saudosa avó dizer “sobe, para você dar a notícia pra ela”.
Fui acordada pela a minha amiga de infância. E, realmente, para dar uma notícia assim, tinha que ser ela, que chegou da melhor forma que podia naquele momento, dizendo a frase que eu nunca queria ter ouvido.
Ele se foi. Um amigo querido que está vivo em minha memória. Um baque! Lembro do seu sorriso, da sua alegria contagiante, das idas à minha casa para estudarmos matemática e passar o tempo. Como foi especial!
Recordo que, na minha adolescência, não se falava sobre esse assunto, mas, com as minhas 4 décadas de existência e como profissional de educação, faço uma reflexão.
Estamos no setembro amarelo e, sim, as escolas precisam estar atentas a esse tema tão sensível que é o suicídio, que cresce cada vez mais entre os adolescentes.
Vivemos em uma época em que não há a possibilidade de nos omitirmos diante desse agravamento emocional.
Vidas importam e nós precisamos nos importar até com o silêncio do outro.
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