A Comunicação Não Violenta como estratégia para promover saúde mental no ambiente escolar
- Camilla Fiorito
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de mai.

A saúde mental tem ganhado cada vez mais visibilidade ao longo dos anos, especialmente após a pandemia da COVID-19, que escancarou fragilidades emocionais e estruturais em diversos contextos sociais, incluindo o ambiente escolar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é “um estado de bem-estar no qual o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses normais da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para sua comunidade”. No entanto, nas escolas, esse bem-estar é frequentemente desafiado por episódios de violência — física, verbal, simbólica ou emocional — que comprometem o desenvolvimento saudável de alunos, educadores e demais profissionais da educação.
De acordo com o Relatório Global sobre Violência na Infância da ONU (2020), cerca de 246 milhões de crianças e adolescentes sofrem algum tipo de violência na escola a cada ano. Nesse cenário, cresce a necessidade de estratégias que promovam uma cultura de paz e acolhimento. A Comunicação Não Violenta (CNV) surge como uma ferramenta poderosa para transformar a qualidade das relações interpessoais e contribuir significativamente para a saúde mental no ambiente escolar.
O que é Comunicação Não Violenta?
Desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, a Comunicação Não Violenta é uma abordagem de comunicação baseada na empatia, na escuta ativa e na expressão autêntica. A proposta central da CNV é cultivar relações baseadas na compreensão mútua e no respeito, ao invés de julgamentos, críticas ou imposições.
Essa metodologia promove a escuta empática, o respeito às necessidades do outro e o desenvolvimento da autocompaixão. No ambiente escolar, essas práticas podem diminuir conflitos, melhorar a convivência e fortalecer o bem-estar emocional de todos os envolvidos.
CNV e saúde mental: conexões profundas
Trazer a CNV para o cotidiano escolar pode representar uma mudança significativa na forma como lidamos com conflitos e tensões diárias. Pesquisas apontam que escolas que adotam programas de habilidades socioemocionais — como os que integram práticas de CNV — observam reduções em comportamentos agressivos, aumento da empatia entre os alunos e melhora no desempenho acadêmico.
Além disso, a prática da CNV favorece a regulação emocional, habilidade fundamental para a promoção da saúde mental. Quando professores, estudantes e equipes escolares aprendem a nomear sentimentos e necessidades, criam um ambiente mais seguro emocionalmente, onde todos se sentem vistos, ouvidos e respeitados.
Um convite à mudança
Pense em uma conversa difícil com um aluno, colega ou responsável. Agora, respire fundo. Perceba o que sente. Conecte-se com o que precisa e tente expressar isso com honestidade e gentileza. Esse é o convite da Comunicação Não Violenta: transformar o modo como nos relacionamos, promovendo uma cultura de diálogo e compaixão.
Incorporar a CNV à rotina escolar não é tarefa simples — requer prática, paciência e disposição para rever padrões. Mas os benefícios são profundos e duradouros. A comunicação deixa de ser uma ferramenta de controle ou defesa e se torna uma ponte de conexão e cuidado.
Quando nos comunicamos com empatia e clareza, criamos espaços mais saudáveis para aprender, ensinar e conviver. E isso é, sem dúvida, um passo essencial para a promoção da saúde mental nas escolas.
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