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O início - A evolução da educação a distância

  • Foto do escritor: Camilla Fiorito
    Camilla Fiorito
  • 21 de jul. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de jun. de 2023


Muitas pessoas acreditam que a educação a distância surgiu com a internet. Isso é um grande equívoco, pois a EAD está presente no nosso dia a dia há muito tempo. Ela evoluiu e vem evoluindo ao longo de diversas gerações. Para detalhar melhor essa evolução, que tal uma breve viagem no tempo, para que você possa compreender melhor esta questão?


Correspondência


Com a invenção da escrita, as pessoas começaram a escrever o que, inicialmente, só podiam transmitir através da fala. Essa invenção possibilitou a primeira forma de EAD: o ensino por correspondência, que teve como ponto de partida o início da década de 1880, onde aquele que desejasse estudar em casa, poderia, pela primeira vez, possuir instrução vinda de um professor a distância.


Mas, mesmo antes dessa data inicial, essa troca de conhecimento já era utilizada, como, por exemplo, na Suécia, em 1833, quando uma notícia publicada se referia ao ensino por correspondência e, sete anos depois, quando Isaac Pitman, na Grã-Bretanha, sintetizou o início da taquigrafia (sistema muito rápido de escrita que usa abreviaturas especiais) em cartões postais que trocava com os seus alunos. Além disso, por volta de 1850, agricultores e pecuaristas europeus já aprendiam, através de cartas, como plantar ou qual a melhor forma de cuidar do rebanho.


Ainda na Europa, mais precisamente em Berlim, em 1856, Charles Toussaint e o Gustav Langenscheidt criaram a primeira escola de idiomas por correspondência. Posteriormente, em 1873, uma líder notável chamada Anna Eliot deu início a uma das primeiras escolas de estudo em casa, a Society to Encourage Study at Home. Essa escola tinha como finalidade ajudar as mulheres, pois estas tinham o acesso à educação negado em muitas instituições formais.


O bispo John H. Vincent, em 1878, deu existência ao Círculo Literário e Científico Chautauqua, que oferecia um curso através de correspondência, com duração de quatro anos. Essa, então, foi a primeira vez que a correspondência foi usada para cursos de educação superior.


Em 1880, os cursos de instrução eram entregues pelo correio.


Essa modalidade de ensino apareceu no Brasil devagar. Em 1939, o imigrante húngaro Nicolás Goldberger chegou ao Brasil e criou o Instituto Monitor, que é a instituição mais antiga em funcionamento no país a oferecer educação não-presencial. Poucos anos depois, em 1946, surgiu o Instituto Universal Brasileiro, que há mais de sessenta anos desempenha o seu papel nesta metodologia de ensino. Ambos, ao longo dos anos, já capacitaram milhares de indivíduos para o mercado de trabalho.


Transmissão por rádio e televisão


Rádio: No Brasil, o Senac ligado ao Sesc junto com a cooperação de emissoras cooperadas, em 1947, deu origem a Universidade do Ar, em São Paulo, tendo como objetivo proporcionar cursos comerciais radiofônicos. Os programas eram gravados em disco vinil e, depois, passados novamente para as emissoras, três vezes por semana. Em ordem alternada, os alunos estudavam as apostilas e corrigiam exercícios, com o auxílio dos monitores. Na década de 1950, a Universidade do Ar alcançou 318 localidades e 80 mil alunos. O projeto durou até 1962 e beneficiou 91 mil pessoas.


Televisão: em 1976, foi fundado o Sistema Nacional de Teleducação. O programa que atuava, principalmente, por meio de correspondência, realizou, também, algumas experiências em 1977 com rádio e TV. No decorrer de doze anos, o Sistema acumulou 1.403.105 matrículas, em torno de 40 cursos distintos. Fundações não-governamentais e privadas iniciaram a oferta de supletivo a distância no Brasil, durante a década de 70. O modelo empregado foi o de teleducação (telecurso), com aulas via satélite completadas por kits de material impresso. Em 1978, foi criado o Telecurso 2º Grau com uma sociedade entre a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Padre Anchieta e, logo depois, em 1981 foi criado o Telecurso 1º Grau.


A informatização e a reforma do Sistema de Teleducação se deu entre 1988 e 1991, criando as diretrizes que são válidas até hoje. Ainda em 1995, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo junto com a Fundação Roberto Marinho lançaram o Telecurso 2000, favorecendo parte da população que não havia finalizado o ensino fundamental ou o médio. Foi criado, também, o Telecurso 2000 - Profissionalizante.


Universidades Abertas


O governo britânico, em 1967, fundou um comitê com o intuito de planejar uma revolucionária e inovadora instituição educacional. Foi, então, que surgiu, em 1969, a primeira Universidade Aberta na Inglaterra. Ressaltando que, no Reino Unido, a Universidade Aberta é conhecida como UA.


No Brasil, a Universidade Aberta foi criada, em 2005, pelo Ministério da Educação (MEC) e é formada por instituições públicas (federais, estaduais e municipais) de ensino superior. São montados Pólos de Apoio Presencial (PAPs) nos municípios que desejam participar. Esses pólos possuem salas de aula e tutores para os alunos, além disso, são equipados com laboratórios didáticos, biblioteca e outros recursos.


Teleconferência


Em 1980, surgiu nos Estados Unidos a EAD que era fundamentada na tecnologia de teleconferência e, consequentemente, elaborada para uso em grupo. Esse novo tipo educacional encantou muitos educadores, pois era o oposto dos modelos por correspondência ou até mesmo a Universidade Aberta, onde as pessoas aprendiam sozinhas.


No Brasil, foi criada a Rede Nacional de Teleconferência, em dezembro de 2000, tendo interatividade em tempo real através de e-mail, fax e telefone. Atingiu diversas regiões, incluindo o interior do país, através de todas as unidades do Sistema Senac, incluindo suas carretas-escola e sua balsa-escola, que é um projeto de grande valia para a democratização do ensino, permitindo acesso à educação profissional.


Audioconferência: a audioconferência foi a primeira tecnologia a ser usada na teleconferência, durante as décadas de 1970 e 1980. Essa tecnologia permitia ao aluno interagir com os seus instrutores em tempo real e em lugares distintos. Era feita através de telefone fixo comum, mas, era necessário a utilização de alto-falante e caixa de som em um ou mais grupo de alunos reunidos.


Videoconferência: a videoconferência é a que mais se aproxima da realidade de uma sala de aula, logo, é o inverso da teleconferência. Possibilita que o processo ensino-aprendizagem ocorra em tempo real e com interatividade, onde pessoas podem se ver e ouvir ao mesmo tempo.


Internet/Web


O primeiro computador eletro-mecânico foi criado, em 1936, por Konrad Zuse, porém, foi apenas durante a Segunda Guerra Mundial que se originaram os computadores atuais que foram evoluindo ao longo dos anos. Na Guerra Fria, surgiu a rede mundial de computadores que foi criada, inicialmente, com objetivos militares, mas, posteriormente, transformou-se em algo extremamente importante para a comunicação mundial. Os primeiros sistemas de computação foram desenvolvidos por volta das décadas de 1960 e 1970.


Nos anos de 1970 e 1980, principalmente nos EUA, a internet teve considerável importância no meio acadêmico, facilitando a comunicação entre alunos e professores de ensino superior, onde trocavam inúmeras mensagens, descobertas e conhecimento através das linhas de rede mundial.


Mas a internet só começou a alcançar a população em 1990 e, nesta mesma década, Tim Bernes-Lee, um engenheiro inglês, desenvolveu a World Wide Web, que possibilitou o emprego de uma interface gráfica e a criação de sites dinâmicos.


Após este momento, a internet cresceu rapidamente e é impossível pensar na educação atual sem essa tecnologia, pois ela trouxe um grande interesse mundial pela EAD, possibilitando o acesso à informação em qualquer tempo e em qualquer lugar.














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